domingo, julho 13

Oeste em Loures

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As reacções do Governo e Oposição ao tiroteio de Loures são quase tão preocupantes quanto o episódio em si.
O que se passou no novo oeste português que fica não em Loures mas em todos os locais onde se faz um uso indiscriminado de armas de fogo não é apenas o resultado de haver armas a mais em circulação ou falta de patrulhamento.
Controlo de armas e patrulhamento são essenciais, mas não só.
O que se passa em Loures é o resultado da inexistência de políticas de integração – reduzidas a um conjunto de programas governamentais em que dominam os burocratas e a rapaziada colocada por mero critério político e não de competência.
É o resultado de sinais desastrosos que foram dados pela recente alteração das leis penais, desvalorizando o necessário exercício da autoridade democrática do Estado.
Em vez de se optar por uma lógica e uma cultura judicial que tenha meios, escolheu-se o caminho de um garantismo suicida em nome de uma alegada protecção de direitos fundamentais. Não nos iludamos: ainda só estamos a começar o caminho de um enorme descalabro.
O Governo reconheceu a gravidade dos factos através de um secretário de Estado que se embrulhou nas palavras gerando maior intranquilidade. A Oposição demonstrou pouca consistência. Não basta vir dizer agora que tudo está mal. Tudo anda assim há demasiados anos para que se possa fazer apenas o discurso do bota-abaixo.
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Eduardo Dâmaso, no Correio da Manhã de 13.07.2008
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