quinta-feira, julho 8

Londres: Português condenado a 29 anos por matar idoso



Um português foi esta quinta-feira condenado por um tribunal britânico a 29 anos de prisão pelo roubo e homicídio de um antigo veterano da II Guerra Mundial, de 94 anos, que era seu vizinho.
A sentença, segundo a agência Lusa, foi lida no tribunal de St. Albans, onde Márcio Sá Barros, de 31 anos, se tinha declarado culpado na segunda feira.
O português foi acusado pelo homicídio de William Humphrey por, a 2 de Fevereiro, ter esfaqueado e amarrado o vizinho do andar de cima antes de roubar uma televisão, uma máquina fotográfica e dinheiro.
Barros e Humphrey viviam no mesmo edifício em Borehamwood, a 25 quilómetros a norte de Londres: o português com a familia e o aposentado inglês sozinho.
O facto de o português ter esfaqueado "sem piedade", por várias vezes, a vítima resultou numa pena de prisão pesada.
"O homicídio de William Humphrey foi um crime horrível", vincou a polícia responsável pelo caso, Carolyn Taylder, da unidade de grandes crimes das regiões de Berdfordshire e Hertfordshire. 
"A sentença reflete a natureza grave e horrível do incidente", justificou.
DESEJAVA CHEGAR AOS CEM ANOS 
Uma neta da vítima, que não quis ser identificada, recordou o avô como um "homem independente, dedicado à família, que viveu durante 40 anos na casa em Borehamwood". 
"Ele estava desejoso de chegar aos 100 anos e não temos dúvida de que ele teria lá chegado se não tivesse sido levado tão cruelmente de nós", afirmou.
Bill, como era conhecido, tinha 13 irmãos e começou a trabalhar cedo numa siderurgia, que largou em 1939 para servir no exército durante a II Guerra Mundial (1939-1945).
Esteve colocado na Birmânia, no Egipto e no Bornéu e chegou ao posto de sargento. 
Após abandonar a vida militar, trabalhou com gruas e, depois de chegar à idade da reforma, foi motorista dos estúdios de cinema Elstree Studios, onde se manteve para além dos 80 anos. 
No ano passado, ficou viúvo da esposa de 65 anos, de quem cuidou durante a sua doença.
Márcio Sá Barros, cujo cadastro criminal em Portugal foi referido em tribunal, foi inicialmente acusado de outros oito roubos no Reino Unido, mas reclamou inocência, tendo o procurador do Ministério Público abandonado o processo.
Todavia, a polícia revelou esta quinta-feira que irá investigar os alegados actos  do português anteriores ao homicídio.   
Fonte: Correio da Manhã de 08.07.2010