quinta-feira, junho 21

ONG faz alerta sobre tráfico de órgãos na Ásia

O representante na Ásia da Organização Internacional de Migrações (OIM) alertou hoje para o aumento de casos de tráfico de órgãos humanos na região e ressaltou que o negócio ilícito se beneficiou com a globalização.
Os países mais afetados, além da China, são as nações mais pobres do Sudeste Asiático, como Camboja, Indonésia, Laos, Mianmar (Birmânia), Filipinas e Vietnã, afirmou o delegado regional da OIM, Bruce Reed, durante um seminário em Manila.
Há apenas uma semana o comércio de órgãos humanos passou a ser ilegal na China, depois da entrada em vigor de uma nova lei que proíbe sua compra e venda e obriga que as doações sejam voluntárias.
Em outros países, "as vítimas são cada vez mais jovens, e no Sudeste Asiático os traficantes se aproveitam do crescente índice de migração infantil" para vender seus corpos "por partes", afirmou Reed.
Segundo o delegado regional da OIM, contribui de forma decisiva o fato de que 30 milhões de asiáticos vivem e trabalham fora de seus países, em uma espécie de "globalização" regional da força de trabalho, que constitui uma mão-de-obra carente de qualquer tipo de proteção legal perante os empregadores.
Desta forma, muitos deslocados são obrigados a pedir esmolas, delinqüir, exercer a prostituição ou participar de redes de adoções ilegais e casamentos arrumados, acrescentou.
Reed pediu uma maior cooperação entre os países da região para acabar com estas situações nas quais os prejudicados terminam sendo as pessoas mais necessitadas. O delegado elogiou as últimas operações conjuntas contra o tráfico de pessoas realizadas por autoridades de China e Vietnã.
Entre as diferentes atividades vinculadas ao contrabando de seres humanos, as mais preocupantes e que se realizam em maior escala são as relacionadas com o sexo e a exploração do trabalho, que afetam muitos menores de idade, ressaltou Reed.
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Agência EFE
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