sábado, junho 28

Portugal é o país da Europa com mais infiltrados do gangue brasileiro PCC


No total são quase 90 elementos, dos quais quase 30 estão presos, o que pode facilitar a capacidade de recrutamento da rede criminosa.

Portugal é o país da Europa com maior número de elementos do gangue brasileiro Primeiro Comando da Capital (PCC). No total estão identificados 87 membros.

Os números são do Ministério Público de São Paulo e foram avançados pelo Jornal de Notícias.

Quase 30 destes elementos estão presos, o que pode facilitar a capacidade de recrutamento da rede criminosa.

Líder do PCC capturado em maio

Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi detido no passado dia 16 de maio na Bolívia, em Santa Cruz de La Sierra, por agentes da Força Especial Boliviana de Combate ao Crime (FELCC)

Nascido e comandado de dentro dos presídios do estado de São Paulo, o PCC é a maior organização criminosa do Brasil, com ligações em diversos países vizinhos, principalmente Paraguai e Bolívia, e controla o tráfico de drogas em várias regiões do país.

Condenado a 12 anos de prisão no Brasil por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, Tuta constava na Lista de Difusão Vermelha da Interpol desde 2020.

A detenção na Bolívia ocorreu após Tuta comparecer numa unidade policial boliviana para tratar de questões migratórias, apresentando um documento falso.

Fonte: SIC-Notícias.

sexta-feira, junho 20

Reino Unido, com “sobre-representação” de suspeitos de abuso sexual de menores de origem paquistanesa, vai registar etnia e nacionalidade dos criminosos.


O Governo do Reino Unido anunciou uma mudança profunda na forma como as forças policiais lidam com casos de abuso e exploração sexual infantil. A partir de agora, as autoridades estarão obrigadas a recolher e registar dados sobre a etnia e nacionalidade dos suspeitos em todos os casos relacionados com estes crimes. A decisão surge na sequência das conclusões de uma revisão independente que apontou falhas sistémicas graves e décadas de negligência institucional.

A medida foi motivada pelas conclusões de um relatório conduzido pela baronesa Louise Casey, que analisou a resposta das autoridades em várias regiões inglesas, incluindo Greater Manchester, West Yorkshire e South Yorkshire. De acordo com a revisão, citada pelo jornal The Guardian, há uma «sobre-representação» de homens de origem asiática, em particular de ascendência paquistanesa, entre os suspeitos identificados em redes de exploração sexual infantil nestas áreas.

O relatório sublinha ainda que, durante anos, várias entidades públicas optaram por não registar ou divulgar a etnia dos abusadores por receio de serem acusadas de racismo. Este receio, de acordo com Casey, contribuiu para um fracasso coletivo. «A cegueira, a ignorância, os preconceitos, a atitude defensiva e até as boas intenções mal orientadas tiveram o seu papel neste falhanço», concluiu a revisão.

No Parlamento britânico, a ministra do Interior, Yvette Cooper, apresentou as novas medidas e fez questão de oferecer um pedido de desculpas incondicional às vítimas em nome dos sucessivos governos. «Estes resultados são profundamente perturbadores, mas o mais inquietante é que muitos deles não são novos. Perdemos mais de uma década e isso tem de acabar agora», afirmou Cooper.

A governante defendeu que ignorar o problema apenas contribuiu para a estigmatização de comunidades inteiras por causa das ações criminosas de uma minoria. «A grande maioria das pessoas de origem britânica, asiática e paquistanesa está horrorizada com estes crimes e apoia que os responsáveis sejam levados à justiça com todo o peso da lei», sublinhou.

O executivo de Keir Starmer aceitou na íntegra as 12 recomendações do relatório Casey. Entre estas medidas está a criação de uma comissão nacional de inquérito com poderes legais para analisar casos históricos de abuso sexual em grupo. Esta comissão, de caráter temporário, terá a missão de supervisionar e coordenar investigações locais, muitas das quais foram bloqueadas por resistência das autoridades regionais.

A National Crime Agency (NCA), principal organismo de investigação criminal do Reino Unido, ficará responsável por este processo. Segundo o Governo, já foram identificados mais de 800 casos para reavaliação formal, número que poderá ultrapassar o milhar nas próximas semanas.

Outras reformas previstas incluem a exclusão automática do sistema de asilo para quem for condenado por crimes sexuais e o endurecimento da legislação para garantir que adultos que mantenham relações sexuais com menores entre os 13 e os 15 anos sejam acusados com os crimes mais graves de violação.

Yvette Cooper foi particularmente crítica em relação às instituições que «viraram a cara» ao problema ao longo de décadas. «Enquanto menores de apenas 10 anos eram drogados, embebedados e brutalmente violados por redes de predadores, as autoridades não intervieram. Esses perpetradores vis devem saber que já não têm onde se esconder», frisou.

O Ministério do Interior anunciou ainda novas investigações sobre os fatores culturais e sociais que contribuem para a exploração sexual de menores, incluindo a misoginia e a violência contra mulheres e raparigas. O objetivo é compreender melhor as causas e prevenir futuros crimes desta natureza.

Este conjunto de medidas surge após meses de intensa pressão pública e mediática sobre o governo de Starmer, que foi acusado de inação face às falhas sistémicas na proteção de crianças contra redes organizadas de abuso sexual. O executivo acabou por ceder às exigências de vítimas, organizações da sociedade civil e partidos da oposição.

Fonte: Executive Digest, via Portal Sapo, 20.06.2025.